domingo, 23 de novembro de 2008

Destino...

Forrada de carne, de sangue e de angústia
tenho uma cela de alva com persianas
onde à noite transformo com minúcias
a solidão das coisas inumanas.

Cismo uma estrela: é desumana,
alumiando à toa o firmamento.
Tomo-a num facho florindo em chama
o destino dos mortos ao relento...

Sei que de noite hão-de matar-me:
já cismei o vento, tenho convidado...
Longe deste cárcere de sangue e carne,
morrerei no campo pela brisa alisado.

E da vida chorada inutilmente
a morte se for justa já ma paga,
que o halo da vida renascente
até nas asas dos corvos de propaga...

5 comentários:

Marta Rosa disse...

O problema é que ela já não está viva

Joanita disse...

Destino (...) já nem sei se acredito nele. Sabes, Ema, escreves tão bem! :*

Menina fantástica :$

Força

Pssst disse...

palavras fortes.

Maria disse...

Tentei sentir cada palavra. Pefeito, este.

Joanita disse...

Fantastica :D

(já coloquei mais um textinho) *.*

Beijinho e força