domingo, 23 de novembro de 2008

Destino...

Forrada de carne, de sangue e de angústia
tenho uma cela de alva com persianas
onde à noite transformo com minúcias
a solidão das coisas inumanas.

Cismo uma estrela: é desumana,
alumiando à toa o firmamento.
Tomo-a num facho florindo em chama
o destino dos mortos ao relento...

Sei que de noite hão-de matar-me:
já cismei o vento, tenho convidado...
Longe deste cárcere de sangue e carne,
morrerei no campo pela brisa alisado.

E da vida chorada inutilmente
a morte se for justa já ma paga,
que o halo da vida renascente
até nas asas dos corvos de propaga...

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Lembranças

A unica pessoa que me fazia rir eras tu. E agora que tu foste, quem fará?
Ninguem. Eu nunca mais irei rir nem sorrir na vida porque tu foste embora.

Sinto a tua presença, sinto o teu toque e os teus beijos frios de fantasma. Sinto-te a noite quando me deito e penso em ti, vejo-te por todo o lado.
Sinto-te.
Sei que estás comigo.
A minha mãe diz que vou enlouquecer. Talvez vá.

Lembras-te de quando ela dizia que tu eras louco por mim? Lembras-te de quando ela dizia que iamos enlouquecer de tanto amor um pelo outro?

Sim foi isso que aconteceu.
Sim é isso que nós somos: Dois loucos.

domingo, 16 de novembro de 2008

Porquê agora?

O rosto que trago no pensamento é sempre o mesmo. Nunca muda.
Talvez amanhã mude, talvez amanhã se transforme. Quem sabe?
Sorriu ao ver as nossas fotos, ao recordar momentos, lembranças que me deixaste. Até as cartas de amor que já não se escrevem nos tempos de hoje eu vou deixar ficar para sempre. Pois tu foste, e és, o meu único e grande amor.
Não deveria dizer que a morte talvez fosse boa. Agora odeio-a porque te tirou de mim. Mas porquê agora? Agora que me pediste em casamento, agora que eu ia aceitar, agora que eu ia deixar tudo de lado por ti, porquê agora? Porque tinha de partir agora?

É tudo o que consigo dizer: Porquê agora...

Vi os teus pais chorarem de dor por ti, a tua irmã mais nova que tanto precisava de ti ainda, os teus professores, amigos, colegas e conhecidos. Estava toda a gente nesse maldito evento que pôs fim à minha realidade.
Não foste tu que viste a tua ex-namorada dizer que te amava, não foste tu que ouviste a tua irmãzinha gritar para não te porem terra em cima, nem foste tu que viste a tua mãe desmaiar. Não. Fui eu.
Porque eu estou sempre contigo, e vou estar.

E se agora me pedisses em casamento eu gritaria Sim!

Porquê agora?


*S.P*

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Não chores, sorri!

Vi-te.
Sim vi!
E la estavas tu com o teu lindo cabelo negro sobre os olhos, as mãos no bolsos das tuas calças da cor de carvão.
Estava frio.
Sim estava!
Mas naquele momento, e só o teu olhar, provocou em mim a maior onda de calor imaginável.
Desejei que aquele momento nunca acabasse, que ficassemos ali para sempre a olhar nos olhos um do outro.
E tu vieste ao meu encontro.
Sim vieste!
E sorriste. E ao mesmo tempo que o fizeste os teus olhos inundaram-se de água.
Combinaçao perfeita.
Deste-me a mão... Silêncio... Era fria como o mais frio dos metais.
A dor no meu coraçao tornou-se insuportavel. Senti as lágrimas a vir ao meus olhos. Mas eu não queria chorar, não à tua frente.
-Tu vais-me deixar outra vez. Eu sei que vais.
-Nunca mais. Ficarei contigo para sempre, até ao fim dos meus dias.
-Já acreditei nisso vezes de mais.
-Acredita so mais uma vez. Eu vou ficar contigo para sempre.
-Então casa comigo!
-...
-Ema, casas comigo?
-Mas eu não posso. Eu queria, quero dizer, quero. Mas não posso. Eu tenho a escola, uma carreira para construir, a minha familia...
-Eu sabia que ias dizer que não...
Não me deixaste responder. Afastaste-te de mim como se eu desse choque.
A ultima coisa que vi?: o teu andar altivo, a marca dos teus tenis na sola, e uma lágrima a cair no asfalto frio de um fim de tarde de outono.








1º pedido de casamento dia 10.novembro.2008
Quantos virão a seguir?